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Cardeal Decana afirma: que seja eleito o Papa de que a Igreja e os homens precisam
Em sua homilia na Missa Pro Eligendo Romano Pontifice, cardeal Re destacou características da missão do Sucessor de Pedro
Por Redação Rádio Amar e Servir
Publicado em 07/05/2025 07:50
Papa
Cardeal Re durante a homilia (@Vatican Media)

Na Basílica de São Pedro, o início de um dia histórico. Cardeais, outros membros do clero e milhares de fiéis estiveram reunidos nesta quarta-feira, 7, para a Missa Pro Eligendo Romano Pontifice, a celebração que antecede o início do Conclave para eleger o novo Papa.

O decano do Colégio Cardinalício, Cardeal Giovanni Battista Re, presidiu a celebração. Em sua homilia, destacou que, após a ascensão de Jesus, enquanto os apóstolos aguardavam pela vinda do Espírito Santos, todos perseveravam, junto à Virgem Maria. Da mesma forma, todo o Povo de Deus faz o mesmo momentos antes do Conclave, vivendo uma espera confiante.

“Estamos aqui para invocar a ajuda do Espírito Santo, para implorar sua luz e sua força, a fim de que seja eleito o Papa de que a Igreja e a humanidade precisam neste momento tão difícil e complexo da história”, expressou o cardeal.

Neste contexto, o Cardeal Re destacou que a oração é a única atitude justa e necessária enquanto os cardeais eleitores se preparam para um ato de máxima responsabilidade humana e eclesial e para uma escolha de excepcional importância. “Um ato humano pelo qual se deve deixar de lado qualquer consideração pessoal, tendo na mente e no coração apenas o Deus de Jesus Cristo e o bem da Igreja e da humanidade”, acrescentou.

Construir a “civilização do amor”

Refletindo sobre o Evangelho, o Cardeal Re sublinhou que as palavras de Jesus na noite da Última Ceia são um testamento deixado a todos: “que vos ameis uns aos outros como Eu vos amei” (Jo 15,13). “O amor que Jesus revela não conhece limites e deve caracterizar os pensamentos e ações de todos os seus discípulos, que devem sempre demonstrar amor autêntico em seu comportamento e empenhar-se na construção de uma nova civilização — aquela que Paulo VI chamou de ‘civilização do amor’. O amor é a única força capaz de mudar o mundo”, observou.

Diante disso, o decano afirmou que os textos litúrgicos desta celebração eucarística são um convite ao amor fraterno, à ajuda recíproca e ao empenho em favor da comunhão eclesial e da fraternidade humana universal.

“Entre as tarefas de cada Sucessor de Pedro está a de promover a comunhão: comunhão de todos os cristãos com Cristo, dos bispos com o Papa, e entre os próprios bispos. Não uma comunhão autorreferencial, mas totalmente orientada para a união entre as pessoas, os povos e as culturas — sempre com o objetivo de que a Igreja seja ‘casa e escola de comunhão’”, descreveu.

“Eleição do novo Papa não é uma simples sucessão de pessoas”

Além disso, é forte o apelo à manutenção da unidade da Igreja segundo o caminho indicado por Cristo aos apóstolos. “A unidade da Igreja, desejada por Cristo”, indicou o cardeal, “não significa uniformidade, mas uma comunhão sólida e profunda na diversidade, desde que se mantenha a plena fidelidade ao Evangelho”.

Segundo o Cardeal Re, cada Papa continua a encarnar Pedro e sua missão, representando a Cristo na terra. “Ele é a rocha sobre a qual a Igreja é edificada”, manifestou, apontando ainda que “a eleição do novo Papa não é uma simples sucessão de pessoas, mas é sempre o Apóstolo Pedro que retorna”.

Por fim, o decano expressou que, nos últimos cem anos, o Espírito Santo deu uma série de pontífices verdadeiramente santos e notáveis. “Oremos para que Deus conceda à Igreja o Papa que melhor saiba despertar a consciência de todos e as energias morais e espirituais da sociedade atual, caracterizada por um grande progresso tecnológico, mas que tende a esquecer Deus”, exortou.

“O mundo hoje espera muito da Igreja para a salvaguarda dos valores fundamentais, humanos e espirituais, sem os quais a convivência humana não será melhor, nem beneficiará as gerações futuras”, concluiu o cardeal.

Início do Conclave 

Ao final da Missa, os cardeais retornaram à Casa Santa Marta. No período da tarde em Roma, eles serão convocados e caminharão, em procissão, até a Capela Sistina. Lá, farão o juramento e, em seguida, se dará a primeira votação do Conclave a fim de eleger o Papa.

Caso seja eleito o novo Pontífice, uma fumaça branca sairá da chaminé instalada na Capela Sistina e visível da Praça São Pedro. Caso contrário, uma fumaça preta aparecerá, e os escrutínios serão retomados no dia seguinte.

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