Fundada em 2018, a Rádio Amar e Servir nasceu do coração da missão inaciana como um espaço de encontro, discernimento e presença no mundo digital. Inicialmente voltada ao ambiente interno da Companhia de Jesus, foi se abrindo, pela força do Espírito, à escuta dos clamores do tempo, somando-se ao esforço evangelizador de uma Igreja em saída (cf. Evangelii Gaudium, 20). Como expressão concreta do desejo de Santo Inácio de "em tudo amar e servir" (EE 233), a rádio se constituiu como veículo de comunicação espiritual, cultural e social, a serviço de uma fé que dialoga, forma e transforma.
A experiência de Inácio de Loyola nos ajuda a compreender o sentido profundo deste projeto. Ferido em batalha, ele descobre o Evangelho ao se abrir à leitura da vida de Cristo e dos santos. É ali que começa uma comunicação interior profunda com Deus, que o leva à conversão do coração e à entrega apostólica. Ele aprende a "buscar e encontrar Deus em todas as coisas" (EE 230–237), e assim se torna um peregrino da Palavra, atento aos sinais dos tempos e à realidade que o rodeia.
Assim como Inácio saiu de sua zona de conforto para peregrinar, dialogar e anunciar, também hoje somos chamados a entrar nos novos areópagos — como as redes sociais e o ambiente digital — para comunicar o Evangelho com criatividade, escuta e profundidade.
Inspirados nos Exercícios Espirituais, nossa missão comunicativa se orienta pelo discernimento, pelo amor à verdade e pelo compromisso com a dignidade humana. Não somos apenas um veículo de informação, mas um espaço para “sentir e saborear internamente” (EE 2), onde a programação oferece uma experiência espiritual cotidiana que ajuda a rezar, refletir e agir com liberdade interior.
A linha editorial da Rádio Amar e Servir é marcada pelo serviço à verdade (Jo 8,32), pelo compromisso com a justiça e pela busca da reconciliação. Como afirma a Congregação Geral 36 da Companhia de Jesus: “Na missão de reconciliação e justiça, os meios de comunicação têm papel decisivo” (CG 36, D1, n. 33).
Nesse caminho, acolhemos também o apelo do Papa Leão XIV, que em sua primeira audiência com jornalistas, em 12 de maio de 2025, afirmou:
“Desarmar as palavras é o primeiro passo para desarmar o mundo.”
“A comunicação deve ser consciente e corajosa, capaz de escutar e de dar voz aos mais frágeis.”
“A liberdade de imprensa e de expressão devem ser defendidas juntamente com o direito fundamental de ser informado de forma livre, responsável e correta.”
Essas palavras fortalecem nosso compromisso: comunicar para curar, escutar para servir, dar voz aos que não têm voz.
Cada colaborador da rádio é chamado a viver seu trabalho como um apostolado. Não somos apenas profissionais: somos comunicadores de Deus, com os sentidos atentos ao mundo e o coração orientado ao Reino.
O Papa Francisco nos lembra que “a comunicação é mais do que a transmissão de conteúdos: é uma experiência humana” (Mensagem para o 48º Dia Mundial das Comunicações Sociais, 2014). Ele insiste que os ambientes digitais não são espaços neutros, mas locais de encontro onde devemos estar presentes com autenticidade, diálogo e discernimento.
É por isso que nossa presença nas redes sociais, nos podcasts e em todas as plataformas digitais não é um acaso técnico, mas um ato missionário. Com isso, assumimos plenamente as Preferências Apostólicas Universais da Companhia de Jesus (2019–2029):
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Mostrar o caminho para Deus através dos Exercícios Espirituais e do discernimento: nossa programação promove escuta interior, oração, formação espiritual.
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Caminhar com os excluídos: nossos microfones estão abertos às vozes silenciadas.
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Acompanhar os jovens na criação de um futuro cheio de esperança: falamos com e para os jovens, com linguagem acessível e profundidade evangélica.
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Colaborar no cuidado da Casa Comum: cultivamos uma espiritualidade ecológica, integral e encarnada (cf. Laudato Si’ e Laudate Deum).