Jesuíta participa de cerimônia de entrega simbólica de peça do Sínodo e de debates do Sul Global que reforçam urgência climática na COP30
Participação do Pe. Anderson Pedroso, SJ, reitor da PUC-Rio, marca presença da Companhia de Jesus em agendas estratégicas da conferência em Belém (PA)
Por Felipe Moura
Publicado em 18/11/2025 15:09 • Atualizado 18/11/2025 17:51
COP 30
FOTO: Comunicação Vatican News

A segunda-feira, 17 de novembro, foi marcada por importantes ações e presenças das Igrejas do Sul Global na COP30, em Belém (PA). Entre os participantes, o Pe. Anderson Antônio Pedroso, SJ, reitor da PUC-Rio, acompanhou momentos-chave que reforçam o papel da Igreja e da Companhia de Jesus na defesa da criação e na mobilização global pela justiça climática. Um dos marcos estruturais que Belém recebe como legado da COP30 é o Museu das Amazônias, concebido como espaço de memória, cultura e incidência socioambiental. Nesta segunda-feira, as Igrejas do Sul Global entregaram ao acervo uma peça de profundo simbolismo: a rede que acompanhou os trabalhos do Sínodo para a Amazônia, realizado em outubro de 2019 no Vaticano.

A cerimônia foi acompanhada por uma mensagem em vídeo do Papa Leão XIV, que enviou saudações às Igrejas do Sul Global reunidas em Belém. O pontífice destacou a presença e o testemunho dos cardeais Jaime Spengler, Fridolin Ambongo e Felipe Neri Ferrão, ressaltando que eles mantêm viva a denúncia sobre a urgência de cuidado com a Amazônia.

Pe. Anderson Pedroso, SJ, esteve presente no momento e sublinhou a importância de fortalecer os espaços de memória e diálogo que ajudam a iluminar a relação entre fé, justiça socioambiental e ação global, compromisso também assumido pela PUC-Rio em sua atuação acadêmica e formativa.

Papa Leão XIV: “Não falha o Acordo de Paris, falha nossa resposta”

Na mensagem exibida no Museu, o Papa Leão XIV fez um apelo contundente. Reconheceu que houve avanços desde o Acordo de Paris, mas reforçou que eles “não são suficientes”. Citou os impactos crescentes da crise climática “enchentes, secas, tormentas e um calor implacável” que tornam vulneráveis uma em cada três pessoas no planeta.

O Papa afirmou: “Não é o Acordo de Paris que falha, mas nossa resposta e a falta de vontade política.” O Pontífice convidou as nações a enviar uma mensagem unificada de solidariedade, reafirmando que “somos guardiões da criação, não rivais”.

Defesa dos defensores socioambientais em pauta na Zona Verde

Também no dia 17, o Pavilhão da Organização de Estados Ibero-Americanos (OEI) sediou o debate “A vida por um fio: adaptação, mitigação e transição energética justa, transparência e responsabilidade no Sul Global”. A atividade integra a campanha internacional de mesmo nome, voltada à proteção de defensores dos direitos humanos e ambientais

Educação, verdade e corresponsabilidade global

A representante da Caritas Brasileira, Valquíria Lima, chamou atenção para o avanço da desinformação climática apontada como um dos maiores obstáculos à ação global. “Garantir informações verdadeiras é um ato de coragem”, afirmou.

Cardeal Barreto destacou que a crise climática só poderá ser enfrentada “em chave de família humana”, reforçando que os povos amazônicos são os mais afetados, embora contribuam minimamente para o problema. Já o cardeal Ferrão compartilhou a experiência da Ásia e mencionou a carta pastoral publicada pela FABC por ocasião dos dez anos da Laudato Si’, convocando à conversão ecológica.

A presença do Pe. Anderson Pedroso, SJ, reforçou o compromisso da PUC-Rio e da Companhia de Jesus com a construção de uma educação que integra fé, ciência, justiça socioambiental e combate à desinformação pilares essenciais para formar comunidades capazes de responder com maturidade e esperança à crise climática.

A participação das lideranças religiosas e sociais do Sul Global, somada ao engajamento de instituições como a PUC-Rio, reafirma que a COP30 é um espaço decisivo para transformar esperança em ação concreta e para fortalecer, juntos, a defesa da Casa Comum.

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