BELÉM (PA) — Após anos de impasse diplomático, a Turquia caminha para ser oficialmente anunciada como sede da COP31, prevista para 2026. A decisão, ainda em fase final de elaboração durante a COP30, em Belém, surge a partir de um arranjo inovador que redistribui responsabilidades estratégicas entre Turquia e Austrália, ambas candidatas desde 2022.
A proposta, articulada por negociadores internacionais para destravar a disputa pela próxima conferência do clima, estabelece um modelo híbrido: a Turquia sediará o encontro e assumirá a presidência formal da COP31, conduzindo a dimensão política e institucional do evento; enquanto a Austrália, que também pleiteava receber a conferência, liderará as negociações técnicas, coordenará grupos de trabalho e comandará as tratativas preparatórias ao longo de todo o processo.
Como parte do acordo, a Pré-COP será realizada em um país do Pacífico, ampliando a presença regional de nações que tradicionalmente enfrentam impactos severos da crise climática.
Jochen Flasbarth, chefe da delegação alemã, classificou o arranjo como “inovador” e avaliou que ele deve ser rapidamente aprovado pelo grupo de países responsáveis pela escolha das sedes. Para ele, a solução representa um “sinal positivo de compromisso” em um momento em que a diplomacia climática busca caminhos mais colaborativos e plurais.
Fontes envolvidas nas conversas afirmam que o texto final da decisão está em refinamento durante a COP30 e deverá ser formalizado nos próximos dias. A expectativa é que o anúncio consolide um novo modelo de cooperação para a organização das próximas conferências climáticas, reduzindo disputas prolongadas e fortalecendo soluções compartilhadas diante da emergência planetária.